sábado, 28 de fevereiro de 2009

...a cidade e o saber...

Caminhando mais de trinta alvoradas na direção norte destas nossas terras, chega-se a Hum, cidade antiga e ricamente arborizada, onde se fez uma das mais bela cidade dos encontros. A cidade do saber surge inesperadamente, sem nenhuma pretensão ou vontade além daquela simplesmente de existir. Mas, mal sabe ela, que como as demais cidades dos encontros, faz muito mais do que seu próprio existir: ela deixa marcas nos seus habitantes.
Quem por ela passa, quem dela respira, quem nela se alimenta vive uma experiência nova a cada instante. A experiência do saber e o estímulo da novidade. Pelas ruas de Hum, apesar da poeira, areia e calangos, cruzam pessoas que a todo momento estão fazendo algo. Seus habitantes nunca param. Para eles até o descanso é um ato de produção e aprendizagem. Nunca dormem. Comem conversas, bebem novidades e irradiam uns sobre outros.
Uma pessoa aparenta ser totalmente diferente de outra, entretanto todas são iguais. Cada um tem algo para ensinar na proporção exata do que tem para aprender. Na medida que aprende algo, tem automaticamente o que ensinar. Mesmo sendo pessoas diferentes, desde jovens recém ingressos neste mundo até grandes mestres dos saberes, todos aprendem e ensinam simultaneamente, sem diferenças nem hierarquias.
O tempo todo é repleto de atividades, cada intervalo, desde o raiar de um dia até os primeiros raios do próximo dia. Em formatos de oficina, palestras ou conversas tudo acontece, tudo se move e as coisas criam forma. Em uma oficina de mosaico alguém ensina, ao passo que em outra de pintura em vidro esta mesma pessoa aprende.
Surpreende esta ingênua relação, uma troca onde um depende do outro de tal maneira que a cidade não poderia existir de outra forma. E da mesma maneira que ela se faz, ela se desfaz! Deixando cada um que por ela passou um pouco mais saciado em suas lacunas do saber.
Mas não importa o quanto essa cidade se assemelha a outras, tampouco como ela se extingue, pois carrega sua importância no aprendizado: o pão, o leite e o calçado dos seus habitantes.




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